Marco Antonio Baleeiro

A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) surge do movimento trabalhista na década de 1930, vindo da astúcia de um certo gaúcho. A jogada política de Getúlio Vargas foi genial.  Se por um lado ele fez com que o Estado assumisse uma posição de forma que o movimento comunista não pudesse se contrapor a ele, e que seduzisse a classe trabalhadora a ponto de fazer com que ela valorizasse menos ou não precisasse da luta social comunista, por outro lado, as classes proprietárias ficaram satisfeitas ao dispor de uma regulamentação trabalhista que fosse adequada à sua necessidade de expansão naquele momento.  Tão astuto era o velho Vargas que ele fez com que o sindicalismo passasse para o controle integral do Estado, enquanto isso os trabalhadores se colocavam numa confortável (falsa) sensação de que o sindicalismo funcionava a todo vapor em favor deles. De lá para cá muita coisa mudou...ou nem tanto. Tenho escutado muitas queixas das pessoas que encontro, que me relatam sobre a "trist...

 Dificilmente os países do centro serão alcançados pelos países periféricos, obviamente isso não é algo impossível. Entretanto, essa explicação me parece muito didática. Apesar de ter sido um modelo utilizado durante décadas para explicar o subdesenvolvimento, o ideal de progresso tecnológico (e de progresso econômico) tende a negá-lo. Assim, o que se fala atualmente é que alguns países da periferia são países "emergentes" ou "em desenvolvimento". 

           Para além de uma análise meramente cientificista, este texto pretende mostrar como a nossa Política Cognitiva (Políticas de educação, especialmente o ensino superior e políticas de ciência e tecnologia) é incongruente com as reais necessidades da população, especialmente a mais pobre. Para isso ele foge do academicismo e chama a atenção para os aspectos mais relevantes da crise estrutural do capital. Em seguida ele apresenta a saída que temos diante da problemática. A Economia Solidária como estratégia de desenvolvimento social econômico. Contudo, o aprofundamento e complexidade da crise exige repensar a forma como as universidades e as demais instituições de ciência e tecnologia vem elaborando as suas políticas de ciência, tecnologia e inovação.       Como um dos legados malditos da ditadura militar, da década perdida e posteriormente com a década de ascensão neoliberal, a educação no Brasil hoje pode ser definida de uma for...

The book “Tecnociência Solidária: Um Manual Estratégico” (English: “Solidarity Technoscience: A Strategic Manual”) has, as its central question, that intellectuals of the Pensamento Latino-Americano em Ciência, Tecnologia e Sociedade (English: Latin American Thought in Science, Technology and Society - PLACTS) have been working on since the 1970s: how to face the peripheral condition of the countries of Latin America and the Caribbean?

Esta terceira obra, publicada em parceria com pesquisadores de várias universidades e centros de ensino e pesquisa, públicos e privados dos quais podemos citar Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal do Tocantins, Museu Emílio Goeldi, Universidade Estadual do Tocantins, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Tocantins, Instituto Federal do Espírito Santo dentre outras,  foi um importante marco para a Universidade Federal do Tocantins que foi agraciada com a implantação do mestrado PROFNIT em 2018 (com vários colaboradores importantes de outras instituições) fruto dos esforços empreendidos desde a criação da Especialização em Gestão Estratégica da Inovação e PCT em 2015. Os livros, as patentes, os registros de software surgiram como resultado de parcerias nunca jamais vistas no Estado do Tocantins, tendo como principal motivação a popularização e a divulgação das ciências sociais aplicadas no que se refere ao tema da PCT. As reflexões trazidas com este livro ajuda...

Este segundo livro assim como o primeiro, é o resultado de estudos que se deram durante o curso de especialização lato sensu "Gestão estratégica da inovação e política de ciência e tecnologia". Além de envolver os alunos na pesquisa e estimulá-los a publicar livros e não artigos, contrapondo-se ao modelo hegemônico do produtivismo acadêmico, esta obra serviu para mostrar pedagogicamente que é possível desenvolver autonomia de pensamento a partir do momento em que temas específicos são estudados em profundidade. Sendo uma obra escrita de forma mais rigorosa e menos jornalística que a primeira ela serviu para mostrar a diversidade de pensamentos e perspectivas numa universidade que estava na época começando a compreender a complexidade dos temas relacionados a educação, ciência, tecnologia e inovação. Alguns textos desse livro serviram para discutir e compreender uma abordagem macro da realidade, outros serviram para auxiliar em reflexões para a dinâmica local tecnocientífica. ...